Quando tu fostes embora,
Algumas coisas ficaram fora do eixo.
Meu violão desafinou,
Minha voz embargou
E o choro foi contínuo durante uns dias.
Eu sentia falta de tudo,
Da sua voz, da sua risada, do seu cheiro,
Das suas implicâncias, da sua presença.
Você chegou de mansinho e me ganhou,
Mas feito tempestade foi embora.
Foi levando por um tempo
O meu sorriso, o meu sono, as minhas melodias, a minha inspiração.
Ah morena,
Eu que nunca fui bom na arte de amar,
Estava preparado a um céu estrelado pintar
Só para lhe presentear.
Eu que dizia que teus olhos carregavam as constelações.
Já não os vejo mas assim.
Talvez as constelações sempre estiveram no meu olhar,
E me fizeram ver beleza onde não há.
É morena,
Quem agora vai lhe falar palavras de amor?
Quem vai dizer o que ninguém nunca falou?
Se todos que tu queres, são tão clichês.
Eu vou me despedir de você.
Pois a tua saudade está se cansando de ficar aqui.
Ontem mesmo ela me perguntou se podia partir.